A 13.ª edição do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror chegou ao fim este domingo, depois de seis dias com milhares de espectadores no Cinema São Jorge. Em ano de 13, o público decidiu contrariar qualquer superstição, esgotando o maior número de sempre de sessões.
“
Erva Daninha”, de
Guilherme Daniel, é o grande vencedor do
Prémio MOTELX – Melhor Curta de Terror Portuguesa / Méliès d’Argent 2019. O júri composto por
Samuel Úria,
Howard David Ingham e
Raquel Freire justificou assim esta escolha: “
Erva Daninha foi o filme que mais nos surpreendeu; ficámos fascinados e perturbados desde o início. Numa competição muito forte, soube comunicar verdadeiramente uma estranheza sobrenatural, e é um filme que nos dá a sensação de ser única e autenticamente Português”. O júri destacou ainda as interpretações
“tremendas e sensíveis” dos actores Daniel Viana e Isabel Costa. “
Erva Daninha” retrata a história de um casal que cultiva um terreno aparentemente infértil e que um dia encontra na terra uma semente negra que virá a crescer e influenciar os seus comportamentos. Esta é a segunda vez que o realizador Guilherme Daniel ganha este prémio, depois de em 2018 ter vencido com “A Estranha Casa na Bruma”.
O júri decidiu ainda atribuir uma Menção Especial a “
Häuschen – A Herança”, de
Paulo A. M. Oliveira e
Pedro Martins,
“uma versão moderna do clássico conto de fadas negro” que considerou
“muito forte em todos os sentidos”, mas em particular pelo seu
“final bem conseguido, construído de maneira a ser simultaneamente perturbador e satisfatório para o público”.
O Prémio
MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa/Méliès d’Argent, no valor de 5000€, é o maior prémio para curtas-metragens em Portugal. Desde a sua criação em 2009 já foram exibidos no Festival mais de uma centena de filmes de terror portugueses em estreia mundial, cumprindo um dos principais objectivos do MOTELX: o incentivo à produção nacional de cinema de terror.
“Erva Daninha” fica automaticamente seleccionada para o Prémio Méliès d’Or, que será atribuído pela Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico numa cerimónia em Sitges no próximo dia 6 de Outubro.
Na competição internacional,
“Why Don’t You Just Die!”, de
Kirill Sokolov, venceu o
Prémio MOTELX – Melhor Longa de Terror Europeia / Méliès d’Argent 2019. Uma “decisão difícil” que o júri composto por
David Gregory, Miguel Gonçalves Mendes e
Rita Anjos justificou pela
“grande frescura e audácia” do filme, que se destaca pelos seus
“múltiplos twists e humor negro”. “
Why Don’t You Just Die!” é a primeira longa-metragem do realizador russo de 29 anos e tem feito sucesso no circuito internacional de festivais, recebendo no MOTELX a sua estreia portuguesa (como todos os filmes da competição). Um jogo frenético de gato e rato entre um detective e “pior pai do Mundo”, uma filha ressentida, o seu namorado, um polícia enganado e um bandido enraivecido que é também um comentário cáustico sobre as contradições da sociedade moderna russa.
O júri atribuiu ainda uma Menção Especial a
“The Hole in the Ground”, do irlandês
Lee Cronin, pela
“precisão e controlo da atmosfera de suspense” e por
“interpretações excepcionais”.
A competição de longas-metragens europeias foi inaugurada em 2016 e teve este ano oito filmes a concurso.
“
Midsommar”, um dos filmes de terror mais aguardados do ano, foi o grande vencedor do
Prémio do Público, sendo o escolhido entre os 26 filmes da secção Serviço de Quarto. O
realizador
Ari Aster, convidado especial desta 13.ª edição do MOTELX, apresentou a antestreia
nacional do filme, que chega às salas no dia 26 de Setembro.