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Dia Mundial dos Oceanos 2025: Colecção MOTELX "Sangue na Água"

Neste Dia Mundial dos Oceanos 2025, em que vemos essa imensidão azul que foi o nosso berço primordial aquecer e se preparar para nos engolir numa maré avassaladora de sangue e microplásticos, salientamos a mensagem de respeito e louvor pelo elemento pelágico veiculada pelo cinema de terror, com uma colecção de "Sangue na Água" curada pelos programadores do MOTELX.
O Oceano não é apenas o elemento de onde todo a vida fluiu, o berço de todos nós... É também a origem radical de todos os nossos medos, o habitat natural dos piores monstros que roem o nosso subconsciente e contradizem a nossa húbris civilizacional: de tubarões a Cthulhus. O elemento do qual rastejámos para a existência é também aquele que mais hostil se revela para a vida humana e, cada vez mais, promete fechar o círculo sobre nós, passando de berço da vida a cemitério da humanidade num ápice, numa longa maré sangrenta plena de fúria e poluída de microplásticos, que facilmente concretizará a sua justiça sobre o elemento contaminador que somos todos nós. 

What would an ocean be without a monster lurking in the dark? It would be like sleep without dreams.
― Werner Herzog

Sob o título "Sangue na água: o terror na imensidão azul", o MOTELX assinala o Dia Mundial dos Oceanos 2025 com uma selecção de filmes que mergulham de cabeça no lado mais sombrio das ondas. Esta colecção percorre décadas de cinema de terror, desde a série B colorida de "She Gods of Shark Reef" (1958) até ao delírio psicológico de "The Lighthouse" (2019), revelando o mar como cenário de obliteração identitária e entidade ameaçadora para o primata poluidor. O clássico "Jaws" (1975) inaugurou o medo moderno do oceano, propagando uma cultura contemporânea de pânico em torno dos tubarões, enquanto "Orca" (1977) e "Leviathan" (1989) exploram a fúria de outras criaturas marinhas injustiçadas pelas ações humanas. Filmes como "Open Water" (2003) e "Dagon" (2001) confrontam-nos com a impotência do homem frente à vastidão azul, onde o isolamento e o sobrenatural se entrelaçam, e "Reykjavik Whale Watching Massacre" (2009) satiriza a nossa relação predatória com o oceano. 

Esta colecção de recomendações MOTELX carrega uma ironia profunda: os oceanos, berço da vida no planeta, são agora ameaçados pela mesma espécie que deles nasceu. A pegada ecológica humana — através da sobrepesca, poluição plástica, exploração de combustíveis fósseis e alterações climáticas — tem vindo a desestabilizar os ecossistemas marinhos a um ponto crítico. O terror nestes filmes ressoa com uma verdade atual: a destruição do oceano não virá de monstros mitológicos, mas de práticas humanas sistemáticas. É como se o cinema de terror nos alertasse, através do espelho da ficção, que o mar — outrora fonte de mistério e origem da vida — poderá tornar-se o seu túmulo.

Esta selecção de cinema de terror marinho do MOTELX desafia-nos a olhar para além do susto e reconhecer que o verdadeiro horror está no impacto que causamos naquilo que mais deveríamos proteger.

Eis os 10 títulos seleccionados para celebrar com "Sangue na Água" o Dia Mundial dos Oceanos 2025:

1) "She Gods of Shark Reef" (Roger Corman; 1958)

Dois irmãos, um deles procurado por homicídio, naufragam numa ilha habitada por jovens mulheres que acumularam um valioso tesouro de pérolas.



2) "Jaws" (Steven Spielberg; 1975)

Quando um tubarão desencadea caos numa praia, um xerife, um biologista e um marinheiro daram caça ao animal.



3) "Orca" (Michael Anderson; 1977)

Um caçador enfrenta uma baleia assassina em busca de vingança pela morte de seu companheiro.



4) "The Fog" (John Carpenter; 1980)

A lenda local conta que um navio atraído para as rochas de Antonio Bay foi envolvido por uma névoa sobrenatural enquanto afundava; o mito diz que quando esta neblina misteriosa regressar, as vítimas surgirão das profundezas em busca de vingança.



5) "Jaws 3-D" (Joe Alves; 1983)

Um tubarào gigante de dez metros fica preso em um parque temático do SeaWorld e cabe aos filhos do chefe de polícia Brody resgatar a todos.



6) "Leviathan" (George P. Cosmatos; 1989)

No casco de um cargueiro soviético naufragado, uma equipe de mineiros de alto mar liderada pelo oceanógrafo-chefe Steven Beck se depara com uma criatura mutante que é o produto de um experimento genético fracassado.



7) "Dagon" (Stuart Gordon; 2001)

Um acidente de navegação traz um jovem homem e uma jovem mulher para terra em uma decrépita vila pesqueira espanhola que descobrem que estão nas garras de um antigo deus do mar e sua monstruosa descendência meio-humana.



8) "Open Water" (Chris Kentis; 2003)

Baseado na história real de dois mergulhadores que ficaram acidentalmente presos em águas infestadas de tubarões depois que seu barco partiu sem eles.



9) "Reykjavik Whale Watching Massacre" (Júlíus Kemp; 2009)

Um conto épico sobre um grupo de observadores de baleias, cujo navio avaria e são resgatados por um barco de pesca de baleias. Os "Fishbillies" do navio acabaram de falir e tudo se descontrola.



10) "The Lighthouse" (Robert Eggers; 2019)

A história de um antigo faroleiro chamado Old, que mora em a cidade de Maine do início do século XX.


Sem esquecer que há mar e mar, mas é para ir e voltar!
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